Jornalismo, Media, Comunicação e os meus comentários mais ou menos escabrosos sobre o Mundo!

3.11.05

JORNALISTA: Profissão de confiança

«Cheguei à invicta cidade com o pensamento no jornalismo, que é a última palavra da Literatura, embora já date de S. Lucas, de tal modo o Cristianismo está na origem de todas as religiões.
(...)
Ser jornalista é ser Shakespeare da Nota Palpitante do Dia. É dar um crime num crime, ó Dostoievski! É dar, num morto de fome, toda a sociologia de um Karl Marx. E o mesmo é dar a Loucura num louco, o Mito báquico num bêbedo e Os Lusíadas, esse mar das Índias, numa pescada cozida a nadar em azeite e vinagre, num mar Amarelo e Vermelho.
(...)
Ser jornalista era o meu ideal.»

- Teixeira de Pascoaes, Os Dois Jornalistas

Ser jornalista não é apenas uma profissão.
É uma forma de estar no mundo.
É um estado de alma.
É um papel vital na organização das sociedades.
E a satisfação de ser jornalista é o reconhecimento!

O barómetro DN/TSF/Marktest (edição 2.11.2005, p. 20), que inclui 10 profissões, coloca os jornalistas (67,2%) em segundo lugar, depois dos médicos (67,8%).

Se as mulheres fossem as únicas inquiridas, os jornalistas estariam em primeiro lugar. E têm a melhor avaliação dos cidadãos com idade compreendidas entre os 18 e os 34 anos (70,4%).

A publicação deste barómetro é acompanhada por uma análise do sociólogo José Manuel Viegas.

Este sociólogo lembra que, contrariamente a outras profissões, a de jornalista é avaliada na esfera pública. E escreve:

«Foi através dos media, sobretudo da televisão, que opovo ganhou voz. Por outro lado, o papel que têm desempenhado na denúncia de situações e o facto de surgirem ao lado dos leitores induzem também um efeito de confiança. E como a profissão não tem sido envolvida em escândalos, os jornalistas têm acumulado créditos junto da população».

Os últimos da lista são os juízes (31,2%) e os políticos (13,2%).