Os extremistas muçulmanos bem podem festejar com umas rajadas para o ar pois acabam de conseguir uma pequena, mas simbólica vitória na campanha nojenta de atemorizar o Ocidente.
Mas é triste que tenha de ser o sector da cultura a vergar-se. Sim, porque é nos movimentos culturais que está sempre a génese da provocação, da contestação, da crítica, do desnudar de valores instalados, muitas vezes cristalizados. Só a especulação intelectual desperta as nossas mentes, tantas vezes adormecidas.
É uma vergonha que a Deutsche Oper de Berlim tenha retirado da sua programação de Novembro a ópera de Mozart "Idomeneo", por recear que suscitasse protestos de radicais muçulmanos.
Um comunicado explica a decisão: a encenação de Hans Neuenfels poderia suscitar algum mal-estar e protestos de islamitas que se sentissem ofendidos.
Motivo?
Numa das cenas, Idomeneo, rei de Creta, exibe as cabeças decapitadas de Poseidon (deus grego dos mares), de Jesus, de Buda e de Maomé.
Então a Direcção da Deutsche Oper de Berlim não tem medo dos fiéis das restantes religiões? Claro que não porque o máximo que enfrentaria seria, por ventura, a manifestação da indignação por manifestações, artigos escritos, etc. Mas, concerteza, nunca pelas bombas!
Esta medida de auto-censura abre um precedente perigoso e poderá coartar a exibição das mais ousadas criações artísticas.
Felizmente, o governo alemão já criticou a decisão da Ópera Alemã de Berlim.
Que muitas outras vozes se levantem?
Os loucos da Jihad venceram uma pequena batalha, mas hão-de perder a inaceitável, vil e ultrajante guerra da intolerância.
Jornalismo, Media, Comunicação e os meus comentários mais ou menos escabrosos sobre o Mundo!
28.9.06
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